Vacinação contra o HPV nas escolas ajuda a alcançar melhores resultados

A campanha de vacinação contra o vírus HPV, principal causa do câncer de colo do útero, recebeu a recomendação do Ministério da Saúde de ter a primeira dose (de um total de três) aplicada nas escolas públicas e privadas do país. Alguns municípios têm adotado essa estratégia e se mostram confiantes para alcançar a meta de vacinação, que é de 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas de 11 a 13 anos.
No município de Boa Vista, em Roraima, a superintendente de Vigilância em Saúde Cínthia Oliveira Brasil, diz que adotou a recomendação do Ministério da Saúde por acreditar que assim conseguirão atingir a meta mais facilmente. “Como nosso público-alvo está dentro das escolas, então preferimos adotar essa estratégia, embora as vacinas também estejam disponibilizadas em todas as unidades de saúde”, explica Cínthia.
A vacina – que passa a integrar o calendário nacional - estará nas 36 mil salas de vacinação da rede pública de saúde durante todo o ano. Mas usar a estratégia de vacinação nas escolas é mais eficiente, acredita a coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Fortaleza (CE), Vanessa Soldatelli. “Desde que a gente começou a campanha percebemos que a vacinação dentro das escolas é maior que nos postos de saúde. Por isso, acreditamos que iremos atingir a cobertura de 80% mais rapidamente”, afirma Vanessa.
A cozinheira Josiane da Silva Almeida aprovou essa estratégia e vacinou as duas filhas que estão na faixa etária. “Acredito que não teria tanto êxito se a campanha não estivesse nas escolas. Nem todo mundo tem tempo de ir ao posto de saúde. Nas escolas é mais fácil”, opina Josiane.
Para conseguir uma boa adesão das escolas públicas e privadas, a Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista (RR) fez reunião com diretores e professores. “Trabalhamos bem as escolas fazendo contato com todo mundo e massificando bastante as informações”, comenta a superintendente da vigilância em saúde de Boa Vista, Cínthia Brasil. Ela ainda cita as parcerias com a sociedade civil e as campanhas na TV como motivos da grande adesão das escolas. “Até mesmo as escolas privadas que não foram na reunião estão nos procurando agora para agendar a vacinação. Estou bem otimista, acho que vai ser um sucesso”, acredita Cínthia.
Esse foi caso do Instituto Batista de Roraima, escola privada de Boa Vista que aderiu a campanha. A diretora Marluci de Morais Paiva ressalta que, além de contribuir com o bem estar e a saúde das futuras mulheres, aderir à campanha é cumprir com a função social da escola. “Uma vez que há a possibilidade de nós, enquanto instituição de ensino, contribuirmos para que nossas alunas tenham uma vida mais saudável, por que não a escola fazer sua parte?”, argumenta.
Segundo Marluci, não houve resistência alguma por parte dos pais, muito pelo contrário, eles gostaram de saber que a escola também se preocupa com essas questões. “A gente levou a questão para a reunião com os pais, que tiveram boa aceitação. Nós explicamos que essa é uma questão de saúde. Afinal, o índice do câncer de colo de útero é muito grande em todo o país”, completa a diretora do Instituto Batista.
Essa mesma estratégia também foi adotada no mais populoso dos municípios. A cidade de São Paulo (SP) começou nesta semana a vacinação nas escolas municipais, depois serão as estaduais, particulares e a escola federal. “Adotamos um esquema misto, nas escolas e nas unidades de saúde. As escolas dão a possibilidade de encontrar as meninas da faixa etária mais facilmente, pois há uma concentração dessas meninas. A ideia é atingir a meta do Ministério da Saúde”, explica a coordenadora de Imunização de São Paulo, Maria Lígia Ramos Nerger.
Estratégia de vacinação - As secretarias municipais de Saúde foram orientadas a programar a vacinação nas escolas a partir desta segunda-feira (10). As instituições de ensino devem informar, com antecedência, aos pais ou responsáveis a data de vacinação. Tanto no ambiente escolar como nos postos de saúde, a vacina será aplicada por profissionais de saúde.
Os pais ou responsáveis que não quiserem que a adolescente seja vacinada deverão preencher e enviar à escola o termo de recusa distribuído pela instituição de ensino antes da vacinação. No caso das unidades de saúde, é importante que a adolescente apresente a caderneta de vacinação. Para assegurar a aplicação das três doses, o serviço de saúde vai registrar cada adolescente imunizada, monitorar a cobertura vacinal e realizar, se necessário, a busca ativa das meninas.

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